Luiza
Sem perceber, ela foi descartando todos os possíveis amores de sua vida. Mal sabia ela que os grandes amores, nem sempre, surgem como grandes amores. Ela sempre achou que a vida fosse mais. A toda a hora encontrava defeitos em todos que, gentilmente, tocavam em sua porta. Carlos, era tudo o que uma mulher procurava, mas aqueles dentes tortos, ela, Luiza, não merecia. Frederico tinha um beijo doce e sorria sem expectativas, mas ela ficava agoniada com a maneira que ele mexia as mãos enquanto falava. Marcelo tocava violão, cantava e cozinhava como poucos, mas se vestia tão mal, tão mal, que ela ficava com vergonha de sair à rua com ele. Nelson, era atencioso e a mimava como ninguém, mas, não sei, ele me sufoca um pouco, dizia Luiza. De defeito em defeito, de “eu gosto dele, mas sei lá” em “ele é demais, mas…”, ela foi deixando os amores passarem. Luiza sempre achou que encontraria algo que, infelizmente, não existia. Queria alguém com todas as qualidades dos amores passados...